terça-feira, 15 de setembro de 2009

Diversidade

Diversidade Paisagística Estamos em Junho, o começo do inverno malgache, mas as temperaturas assemelham-se muita às da primavera portuguesa. A melhor maneira de conhecer o pais é percorrendo as suas estradas de automóvel.Vamos passando por cidades, cujos nomes nos fazem enrolar a língua e parecem ter sempre sílabas a mais. Cada nome tem um significado extraído de algum acontecimento histórico ligado à sua fundação: Antananarivo (cidade dos mil soldados), Antsirabe (cidade onde há muitos sais minerais), Ambositra, Fianarantsoa (local onde se ensina o bem), Ambalavao (local onde há uma cerca nova), Ranohira, Tuléar. A paisagem vai mudando constantemente perante os nossos olhos; a aridez das terras vermelhas do planalto que rodeia a capital (Antananarivo) transforma-se em vinhas, eucaliptais e vastos arrozais; as grandiosas montanhas dão lugar à savana semi desértica do sul. No extremo norte da ilha, a vegetação é exuberante e predominam as palmeiras e as grandes plantações de cajou, cacao, café, pimenta e baunilha.
18 etnias O povo malgache (constituido por 18 etnias) é de uma simplicidade cativante e simpatia reservada, ainda pouco habituado à presença de “vazas” (turistas brancos). Olham-nos com curiosidade, cumprimentando com sorrisos afáveis, mas distantes. Não raramente, as crianças seguem-nos, interpelando-nos com perguntas e pedichando “cadeaux”. Ao longo da estrada, vamos tomando o pulso a esta sociedade essencialmente rural, ainda muito pobre, mas descontraidamente feliz, que pratica o culto dos antepassados e para quem a vida terrestre é apenas uma transição. Vamos observando as típicas casas de parede de argila e tectos de colmo, no sul e as “barracas” em latão, a norte. Por todo o lado cruzamo-nos com dezenas de manadas de pachorrentos zebus. Estes bovinos com bossas, que até têm direito a um museu nacional, são a base da economia rural, juntamente com o cultivo do arroz. Cruzamo-nos também com homens, mulheres e crianças, que a pé se dirigem para os mercados que, assim, se tornam no centro da vida social. A energia eléctrica é praticamente inexistente fora dos centros urbanos e as populações rurais abastecem-se numa base diária. Nos coloridos e barulhentos mercados encontramos de tudo, desde carne fresca a gafanhotos fritos!
Rutix, em Rotas do Mundo (Dez.2006)

Sem comentários:

Enviar um comentário